terça-feira, setembro 26, 2006
Hiroshima, terra dos Okonomiyakes estilo panqueca e da rosa de lagrimas e esperança
Hiroshima, cidade de 1 milhão de habitantes, cidade internacional da paz. Cidade de ruas largas, muitos rios cortando a paisagem. Cidade da bomba atômica. Cidade da Ilha de Miyajima, um dos três cenários mais belos do Japão. O templo que se localiza nessa ilha foi construido no século VI.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Osaka, terra do movimento incessante de mentes inquietas
Na casa da minha amiga, Mayumi, em Osaka
Na casa da Hiroko Fukushima, prima do meu pai
Na Danjiri Matsuri, festa famosa de Osaka. Muita, muita gente...
Acreditam que isso é um túmulo?? O maior túmulo do mundo e talvez o mais bem guardado, pois ninguém nunca viu pra ver o que tinha no caixão. Construído no ano 700 dC.
Foto da entrada do túmulo
Fim de semana de muitas visitas. Sai de Okayama na sexta à noite e cheguei la pras 11 e meia na casa da Mayumi. No sábado fomos ao Danjiri Matsuri, dizem ser uma festa famosa de Osaka onde anté os estrangeiros vão lá pra ver. Dizem ainda que é a festa mais perigosa pois muitas vezes os carros alegóricos tombam ou as pessoas que o carregam se machucam.
Muita gente, muita alma caminhando pelas ruas, todos para ver os carros alegóricos. A amiga de minha amiga me disse que gosta de Osaka pois as pessoas são cheias de energia, vibrantes.
Passei o dia com três garotas, a Mayumi, a Tomi e a Samechan.
A Mayumi, 26 anos, eu conheci enquanto estive no Canadá, e agora trabalha como aeromoça na JAL. Bonita, sorridente e simpática, é uma garota que cativa a qualquer um.
Tomi tem 27 anos, estudou 1 ano nos EUA, Wiscousin, e sua terra natal é Tottori, província interiorana ao norte de Okayama conhecida pelas dunas e praias. Trabalhou 4 anos lá e mudou-se a 1 ano e meio para Osaka. Prefere muito mais viver em Osaka.¨Tem mais coisa pra fazer¨ diz ela. Engraçada, adora fazer uma piada e gosta de beber.
Samechan tem 26 anos, alta, dentes frontais salientes, sofre de date sick, ou seja, está a procura de um namorado. E rápido, pois a casa dos trinta está chegando. Estudou 1 ano na Austrália e agora trabalha na Qantas Airlines, companhia aérea australiana.
No domingo fui visitar os parentes por parte do meu avô paterno, e conheci os últimos parentes da lista. A Sra. Fukushima foi a anfitriã, mais velha das primas pois é a primogênita de Tetsuiti Murakami, irmão mais velho de meu avô.
Todos foram muito atenciosos comigo, fizeram banquetes, reuniram a família, me deram muitos presentes. Isso tudo não seria possível se não fosse a semente que minha avó plantou em sua viagem ao Japão a alguns anos atrás a procura desses parente distantes.
Ela me contou que quando meu avô estava para vir ao Brasil, sua irmã mais nova agarrava em suas roupas e chorava para que ele não fosse. E se ele não tivesse ido? Coisa engraçada essa de famílias separadas por grandes distâncias, nacionalidades distintas, línguas completamente diferentes.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Conceito de Família
Como diz o Jornal da Manhã da Jovem Pan, a familia e a base da sociedade. Acho que a melhor coisa da família é o sentimento de amor e amizade que existe entre os familiares. Sem isso, de nada valeria tal relação.
Tenho percebido que esse sentimento pode ser dividido não apenas com os familiares, mas com qualquer pessoa que se possua afinidade. Verdadeiros amigos não são nada mais que nossos irmãos de viagem.
Aqui no Japão convivo diariamente com 3 pessoas. Ninguém escolheu estar com ninguém, assim como todas as famílias se formam. Claro, com exceção dos pais que se casam por livre e expontânea vontade...mas os filhos não escolhem as famílias que irão nascer.
Bom, continuando, nos tornamos muito próximos, apesar de todas as diferenças que obviamente existem entre nós. Mas a verdade é que eu sinto como se formássemos uma família de irmãos, quatro irmãos. Esse sentimento de mútua ajuda, de compreensão, de treinar a paciência, controlando os maus sentimentos me fazem lembrar minha família verdadeira.
Desta forma, tenho mudado meu conceito sobre o vocábulo família. Família não é sangue, família é sentimento. Família é se doar, se ajudar, de polir as arestas de sentimentos rudes, de treinar a paciência, a tolerância, de se sentir parte de um grupo, de algo maior, de se sentir querido, amado.
Tenho percebido que esse sentimento pode ser dividido não apenas com os familiares, mas com qualquer pessoa que se possua afinidade. Verdadeiros amigos não são nada mais que nossos irmãos de viagem.
Aqui no Japão convivo diariamente com 3 pessoas. Ninguém escolheu estar com ninguém, assim como todas as famílias se formam. Claro, com exceção dos pais que se casam por livre e expontânea vontade...mas os filhos não escolhem as famílias que irão nascer.
Bom, continuando, nos tornamos muito próximos, apesar de todas as diferenças que obviamente existem entre nós. Mas a verdade é que eu sinto como se formássemos uma família de irmãos, quatro irmãos. Esse sentimento de mútua ajuda, de compreensão, de treinar a paciência, controlando os maus sentimentos me fazem lembrar minha família verdadeira.
Desta forma, tenho mudado meu conceito sobre o vocábulo família. Família não é sangue, família é sentimento. Família é se doar, se ajudar, de polir as arestas de sentimentos rudes, de treinar a paciência, a tolerância, de se sentir parte de um grupo, de algo maior, de se sentir querido, amado.
segunda-feira, setembro 11, 2006
Crescimento
Algo tem acontecido comigo estes ultimos tempos. No comeco da viagem estava entusiasmado, cheio de alegria para as novas experiencias que iria viver. Algo mudou. Tudo parece nao ter mais graca. Tudo parece ser uma grande ilusao, prazeres que nos extasiam no momento, mas logo apos deixam apenas o vazio. Um coracao vazio, pronto para outra viagem, outro gole, outro beijo, outro sexo. Estou ficando cansado. Cansado de felicidades temporarias. Quero o eterno, o infinito, algo que va alem de tudo isso que ja vivi. Nao busco o apice, o extase, o prazer maior. Quero sentir a paz na alma, quero ter o olhar calmo daquele que entendeu seu caminho, seu lugar no mundo.
Continuo caminhando, viajando, beijando, comendo, bebendo, mas agora com um olhar alem, de quem quer algo mais.
Continuo caminhando, viajando, beijando, comendo, bebendo, mas agora com um olhar alem, de quem quer algo mais.
Verao
Agora sao meio-dia e meio de um dia chuvoso e a temperatura esta bem mais amena que no verao. E nitida a passagem do verao para o outono. Umidade e temperatura caem, os tufoes trazem as chuvas e ventos fortes, as frutas tipicas da estacao, as propagandas que anunciam as colecoes de outono.
Os japoneses levam suas vidas muito de acordo com as estacoes do ano. Isso se deve ao fato de elas serem muito distintas, tanto pela temperatura, quanto pela natureza que se altera drasticamente em suas cores e formas. E como se a cada estacao as arvores trocassem suas roupas e os japoneses seguissem esse ciclo.
Cheguei aqui em maio, no comeco da primavera, presenciei o verao, e volto no comeco de outubro, quando o outono comeca a dar as caras. Desta forma, vou falar um pouco do verao, que e o periodo que mais conheci.
Posso resumir o verao em duas palavras: quente e umido! Quando me falaram no Brasil do verao quente daqui, nunca iria imaginar que seria tanto...pensei, "para alguem que vem do Brasil calor brabo e brisa...." Ingenuidade minha. Um calor desgracado que faz o corpo ficar melado so de andar um pouco pelas ruas. Entrar em uma loja com ar condicionado (todas elas tem) e uma maravilha, tal como o homem que sai da superficie pesada da lua e entra na espaconave onde a gravidade e igual a da Terra.
E uma estacao de muitos insetos. Vejo aqui uma variedade maior de insetos que no Brasil. Sao mosquitos, vespas, mariposas, taturanas, borboletas, tombos, joaninhas, tatuzinhos, aranhas, pernilongos, cigarras...alias, essas ultimas fazem um coro de dar inveja a qualquer filarmonica durante o dia. Elas se grudam as arvores e so paramde cantar quando morrem. Todo dia vejo uma ou outra caida por ai de tanta cantoria. Apesar de nao gostar muito de insetos, nao pude deixar de admirar a beleza e variedade dos insetos japoneses. Sao grandes e coloridos, impossivel passarem despercebidos.
Verao e a epoca dos pessegos e uvas verdes e roxas. Okayama e conhecida pela qualidade de suas frutas, e, por isso, podemos encontra-las bonitas e baratas. Baratas, claro, dentro de um ponto de vista japones. As frutas, como todo alimento aqui e mais caro que se comparado ao Brasil. Como ha pouca terra, eles cuidam cada alimento com um cuidado surpreendente, e por isso o motivo delas serm tao caras. Ja vi um pacote de 4 pessegos custarem 50 reais. Mas cada uma parece tao perfeita e suculenta que as vezes penso que vale tudo isso.
Esta tambem e a epoca dos festivais de rua, os carnavais do povo. Em todo canto do Japao tem um matsuri (festival) tipico da regiao, com musicas, dancas e vestimentas distintas, cada uma destacando as qualidades do seu povo. As de Okayama, por exemplo, exaltavam o modo de falar okayamense, sua historia de vitorias, suas lendas. Varios grupos de danca de formam e competem entre si no dia do festival para saber quem e o melhor.
Os japoneses levam suas vidas muito de acordo com as estacoes do ano. Isso se deve ao fato de elas serem muito distintas, tanto pela temperatura, quanto pela natureza que se altera drasticamente em suas cores e formas. E como se a cada estacao as arvores trocassem suas roupas e os japoneses seguissem esse ciclo.
Cheguei aqui em maio, no comeco da primavera, presenciei o verao, e volto no comeco de outubro, quando o outono comeca a dar as caras. Desta forma, vou falar um pouco do verao, que e o periodo que mais conheci.
Posso resumir o verao em duas palavras: quente e umido! Quando me falaram no Brasil do verao quente daqui, nunca iria imaginar que seria tanto...pensei, "para alguem que vem do Brasil calor brabo e brisa...." Ingenuidade minha. Um calor desgracado que faz o corpo ficar melado so de andar um pouco pelas ruas. Entrar em uma loja com ar condicionado (todas elas tem) e uma maravilha, tal como o homem que sai da superficie pesada da lua e entra na espaconave onde a gravidade e igual a da Terra.
E uma estacao de muitos insetos. Vejo aqui uma variedade maior de insetos que no Brasil. Sao mosquitos, vespas, mariposas, taturanas, borboletas, tombos, joaninhas, tatuzinhos, aranhas, pernilongos, cigarras...alias, essas ultimas fazem um coro de dar inveja a qualquer filarmonica durante o dia. Elas se grudam as arvores e so paramde cantar quando morrem. Todo dia vejo uma ou outra caida por ai de tanta cantoria. Apesar de nao gostar muito de insetos, nao pude deixar de admirar a beleza e variedade dos insetos japoneses. Sao grandes e coloridos, impossivel passarem despercebidos.
Verao e a epoca dos pessegos e uvas verdes e roxas. Okayama e conhecida pela qualidade de suas frutas, e, por isso, podemos encontra-las bonitas e baratas. Baratas, claro, dentro de um ponto de vista japones. As frutas, como todo alimento aqui e mais caro que se comparado ao Brasil. Como ha pouca terra, eles cuidam cada alimento com um cuidado surpreendente, e por isso o motivo delas serm tao caras. Ja vi um pacote de 4 pessegos custarem 50 reais. Mas cada uma parece tao perfeita e suculenta que as vezes penso que vale tudo isso.
Esta tambem e a epoca dos festivais de rua, os carnavais do povo. Em todo canto do Japao tem um matsuri (festival) tipico da regiao, com musicas, dancas e vestimentas distintas, cada uma destacando as qualidades do seu povo. As de Okayama, por exemplo, exaltavam o modo de falar okayamense, sua historia de vitorias, suas lendas. Varios grupos de danca de formam e competem entre si no dia do festival para saber quem e o melhor.
sexta-feira, setembro 08, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
Pensamentos...
Estar aqui é parecido com a experiência de me olhar no espelho
Vejo faces e trejeitos iguais aos meus
A cada dia eu me encontro andando nas ruas de Okayama
Mas como todo espelho, ela apenas mostra uma única face
A metade de um inteiro
Vejo faces e trejeitos iguais aos meus
A cada dia eu me encontro andando nas ruas de Okayama
Mas como todo espelho, ela apenas mostra uma única face
A metade de um inteiro
domingo, setembro 03, 2006
Viagem à terra dos tupiniquins no Japão
Este fim de semana fui para Toyohashi, na província de Aichi-ken visitar minha querida tia Kimie, o tio Massayuki, e meus primos Mayumi, Kenji e Takeshi. Mais dois membros entraram para a família Kaneko: o marido da Mayumi, o Hideki, e o filho deles, o Júlio.
Cheguei em Toyohashi lá pelas 3 da tarde depois de uma longa viagem de 5 horas pegando trem comuns e fazendo baldeações. Visitamos lojas, fomos a restaurantes, e no domingo teve uma festa brasileira num parque da cidade. Era o dia do Brasil e nesta festa haviam barracas de comidas típicas brasileiras e no palco, atrações de música misturando cultura brasileira e japonesa.
Haviam muitos brasileiros nesta festa. Incrível o número de conterrâneos naquela região do Japão. Até parece a volta dos imigrantes japoneses à terra natal. Existem na cidade muitas lojas de artigos brasileiros, supermercados, fora os serviços específicos, tais como bancos tupiniquins, ofertas de emprego,...Fiquei realmente surpreso com tudo aquilo. Não sabia que a comunidade era tão grande. Mais ainda fiquei por perceber como os nikkeys se integraram ao povo brasileiro. Vi muitas faces de traços mestiços, muitos que não tinham sangue japonês mas eram casados com nikkeys. Realmente não somos mais japoneses. Engraçado pensar que no Japão somos chamados de brasileiros, e no Brasil, de japoneses...
Não somos nem brasileiros nem japoneses. Somos os dois, uma mistura muito especial de dois temperos muito distintos.
Agradeço à família Kaneko por me hospedarem com tanto carinho em suas casas. Digo no plural pois agora Mayumi mora em outra casa, junto com seu marido e filho.
A família Kaneko cresceu. Precisaram comprar um carro grande para carregar a todos com conforto. Takeshi, meu primo mais novo, que quando saiu de Sao Paulo era um pivetinho agora esta grande, com namorada, participando dos eventos da comunidade. Julio, o filho da Mayumi ja tem 2 anos e meio e ja fala, conversa. Kenji continua sempre com aquela alma pura, gostando do Criança Esperança e agora não sai da internet. Senti uma união muito grande entre eles. Uma verdadeira família, onde todos entendem e ajudam uns aos outros.
Cheguei em Toyohashi lá pelas 3 da tarde depois de uma longa viagem de 5 horas pegando trem comuns e fazendo baldeações. Visitamos lojas, fomos a restaurantes, e no domingo teve uma festa brasileira num parque da cidade. Era o dia do Brasil e nesta festa haviam barracas de comidas típicas brasileiras e no palco, atrações de música misturando cultura brasileira e japonesa.
Haviam muitos brasileiros nesta festa. Incrível o número de conterrâneos naquela região do Japão. Até parece a volta dos imigrantes japoneses à terra natal. Existem na cidade muitas lojas de artigos brasileiros, supermercados, fora os serviços específicos, tais como bancos tupiniquins, ofertas de emprego,...Fiquei realmente surpreso com tudo aquilo. Não sabia que a comunidade era tão grande. Mais ainda fiquei por perceber como os nikkeys se integraram ao povo brasileiro. Vi muitas faces de traços mestiços, muitos que não tinham sangue japonês mas eram casados com nikkeys. Realmente não somos mais japoneses. Engraçado pensar que no Japão somos chamados de brasileiros, e no Brasil, de japoneses...
Não somos nem brasileiros nem japoneses. Somos os dois, uma mistura muito especial de dois temperos muito distintos.
Agradeço à família Kaneko por me hospedarem com tanto carinho em suas casas. Digo no plural pois agora Mayumi mora em outra casa, junto com seu marido e filho.
A família Kaneko cresceu. Precisaram comprar um carro grande para carregar a todos com conforto. Takeshi, meu primo mais novo, que quando saiu de Sao Paulo era um pivetinho agora esta grande, com namorada, participando dos eventos da comunidade. Julio, o filho da Mayumi ja tem 2 anos e meio e ja fala, conversa. Kenji continua sempre com aquela alma pura, gostando do Criança Esperança e agora não sai da internet. Senti uma união muito grande entre eles. Uma verdadeira família, onde todos entendem e ajudam uns aos outros.
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