domingo, julho 30, 2006

Um chinelo de dedo de madeira



O guetá é a sandália tradicional japonesa. É basicamente um chinelo de dedo. Sua base é feita de madeira, mais ou menos uns 7 cm de espessura. A parte que segura o pé é feita de tecido de algodão, mas já vi de sintéticos também.
Enquanto segurava nas mãos o guetá, percebi uma beleza nas texturas dos materiais, os desenhos japoneses no algodão, a textura rústica da madeira. Outra coisa que percebi: o guetá era simétrico, ou seja, não dava para diferenciar o pé direito do esquerdo.

Mas calçando-o percebi que por ser tão simétrico, o pé acabava ficando torto. O tecido que divide o dedo polegar do pé do resto dos dedos fica preso exatamente no centro da madeira, diferentemente de uma havaiana comum, que é mais ergonômica.
Outro ponto importante, como a base de madeira, depois de um tempo ele fica extremamente desconfortável. Muito duro. Palmilha é algo que os antigos realmente não conheciam.

Pensando nisso, fiquei a me perguntar se esse exemplo talvez não mostrasse um pouco da personalidade do japonês, muito preocupado com a forma e não com o conforto. Eles dão extrema importância à polidez, à elegância, à gentileza. São um povo pacífico, odeiam brigas, odeiam se opor, criar polêmicas, controvérsias. Não gostam de serem o centro das atenções. Por causa disso, trabalham muito bem em grupo, por seguirem sempre o centro o que os torna unidos.

Isso, no meu ponto de vista, tem seu lado positivo mas também seu negativo. O que ouço muito dos estrangeiros que vivem em Okayama é que os japoneses são muito polidos, mas não se sabe o que eles realmente estão pensando. Estão sempre sendo educadíssimos, sempre sorridentes, mas é como se isso tudo não fosse o real sentimento, como se estivessem usando máscaras. E isso é nítido em qualquer lugar, num supermercado, numa loja, em um bar, andando nas ruas. Claro que tratar bem os clientes numa loja é regra em qualquer lugar do mundo, mas aqui é ao extremo.

No entanto, é obvio que isso não se resume a todos. Encontro aqui todos os dias pessoas verdadeiramente polidas, simpáticas, gentis por natureza. Que possuem um espírito de liderança muito forte. Tal como neste domingo, enquanto assistia a um treino do grupo de dança Sawara. A líder do grupo era uma mulher daquelas que não podia deixar de admirar. Tinha mais ou menos uns 33 anos, 1,60 cm de estatura, magra, pele alva como todas as japonesas. Foi estudar na Austrália durante um ano. Dançava muito, mas muito bem. Movimentos e voz firmes, sem no entanto perder a feminilidade. Não tive muita oportunidade de conversar com ela mas em tudo em que fazia se mostrava uma líder.

Fim de semana agitado....


Mao, Lily e Hiyou da China e nos brasileiros na frente do Korakuen a noite. Abertura da temporada de verao no Korakuen


Parque Korakuen a noite. Muito bonito..como eu queria ter uma camera profissional (e saber tirar com uma dessas...)


Eu com o pessoal do Grupo Sawara de danca

Foi um fim de semana bem agitado. Sábado de manhã fomos comprar os guetás, os famosos chinelos de madeira que se usam juntamente com os Yukatas, que são as tradicionais vestimentas de verão. Engraçado perceber que até esses produtos tão japoneses também são produzidos na China...é tudo da China, incrível!! Acho que o comércio entre Japão e China é muito grande, pois falta no Japão a matéria-prima e o dinheiro, e na China sobra essa matéria-prima e sobra mão de obra barata. Um dos vendedores, sobre essa mesma questão me falou que o Japão não tem mais madeira para cortar então a madeira é importada da China. Disse ainda que provavelmente os guetás irão desaparecer.
À tarde fomos assistir mais uma aula de japonês e chamei uma garota chinesa, a Hiyou, que estuda conosco para ir ao Korakuen junto com a gente. O parque estava todo iluminado e o castelo de Okayama era a atração principal, brilhando no alto da pequena montanha. Muitas pessoas assistiam um show de uma cantora que tocava piano ao lado do lago. COnversei bastante com a Hiyou, muito simpática e fala muito bem o nihongo.
Depois fomos andando pelas ruas de Yukata até um restaurante comer Okonomiyake e de lá encontramos uns amigos do grupo de dança Sawara. Ficamos até as 2 e meia da manhã num bar perto da Momotaro Odori. Amigos, conhecidos e desconhecidos, bebi um pouco, um cara que trabalha com design de maquinas me fala que é díficil trabalhar em equipe, o Yamasaki nos convida pra dançar com o grupo no Festival que vai ser na semana que vem...
No domingo acordamos as 11 e fomos junto com o Leandro comprar sapatos. Depois fomos para outra cidade no litoral treinar a dança Sawara a convite do Yamasaki. Semana que vem teremos que fazer homestay numa casa de japoneses mas perguntarei para a família se posso sair mais cedo para dançar como os caras do Sawara! Queria muito participar! Toda a cidade vai estar lá vestida de Yukata, as principais avenidas serão fechadas para carros e os grupos irão dançar. Virá grupos de várias províncias, cada uma com uma dança típica de sua região. Dizem que a de Sapporo é forte. E por final, provavelmente não voltarei aqui pra ver de novo este festival...esta chance de participar é única...

quinta-feira, julho 27, 2006

Carta de amor à minha bela nipônica verde



Querida magrela verde de todas as viagens, hoje dedico este texto a você.
Companheira de todas as minhas andanças nesta cidade tão linda, obrigado por tudo. Quando te vi pela primeira vez, não te achei assim tão bonita, pra falar a verdade. Seu verde musgo não me chamou a atenção, nem suas formas tão comuns. Aliás, talvez tenha achado mais bonita a bicicleta negra do Leandro, que dizem ser amaldiçoada....boatos...
Ademais, você sempre foi cheia de adesivos indicando que é uma bicicleta de estudantes estrangeiros, o que a torna ainda menos bela.
No entanto, como tudo nesta vida, com o passar do tempo fui me apegando a ti. Percorrendo comigo tantos caminhos, procurando novos cafés, me levando para a escola todo dia, sempre me esperando lá fora enquanto realizo minhas atividades, carregando minhas compras, minha mochila, tomando chuva, sinto um profundo carinho, e porque não dizer amor por esta criatura feita de metal cilindrico e correntes banhadas em graxa.
No começo seus freios rangiam de tão velha que estavam suas peças, tais como joelhos que reagem pela tendinite (ou será osteoporose??). Troquei suas peças com dinheiro pago pelo governo e agora andamos sem criar alardes. Percebes que até tu tens assitência médica??
Assim, antes que seja tarde demais, gostaria que soubesses o quanto gosto de ti, que adoro caminhar contigo nestes meus dias em Okayama.

quarta-feira, julho 26, 2006

Reflexão do dia: o contraste nos mostra a beleza


Um dos livros que comprei, que me chamou a atenção pela destreza com que o artista trabalha o contrastre entre luz e escuridão

Vendo os livros infantis, percebi que algumas ilustrações parecem que irradiam luz, de tão bem que o artista trabalha com a iluminação. E esse tipo de ilustração sempre me chamou mais atenção que aquelas que são mais opacas, sem muito brilho.
Saindo na rua, o brilho do sol refletindo nas nuvens numa tarde de verão era lindo, como um poema visual. Imagine se fosse um dia nublado, sem cor, aquela luz uniforme...que sem graça...
O contraste faz as coisas ficarem iluminadas...ou melhor, às vezes, num ilustração, só percebo a luz quando faço um gradiente do claro pro escuro. Uma folha em branco é sem graça, mas quando adicionamos cor e deixamos algumas partes em branco, esse branco se destaca.
Da mesma forma que a imagem, vejo que a vida também é assim. Muitas vezes só percebo as coisas boas da vida quando passo por um mau bocado. Assim como um dia de sol depois de um dia nublado. Assim como hoje...

Livros infantis e suas ilustrações


Manami, eu e Hiromi numa loja de puricura, depois de comer um sorvete num restaurante legalzinho!

Depois de sair com a Hiromi e a Manami, fui numa livraria boa daqui, procurar uns livros bons pra levar pra casa. Quis ir pra lá por dois motivos. Primeiro, que ainda estava cedo pra voltar pra casa. Eram 4 e meia ainda. Segundo, outro dia sonhei que já tinha voltado pro Brasil e estava na Cricket. Daí o Alex me passou um trampo de ilustração pra fazer e qual não foi a surpresa que eu havia esquecido de comprar materiais para ilustração!! Estava me sentido um lixo por ter tido a oportunidade de viajar pra tão longe e esquecer de comprar essas coisas, por puro descuido!! Foi ai que acordei e percebi que preciso aproveitar ao máximo meu tempo aqui.
Fui procurar livros de design, mas passando pela parte de livros infantis percebi que havia muita coisa boa ali. Dando uma olhada mais de perto, percebi que os livros infantis cheios de ilustrações de cair o queixo, muito bem feitos! Alguns artistas trabalham com aquarela, outros com lápis aquarelável, pastel oleoso, seco, óleo, acrílico....Não preciso dizer que comprei uns vários!! hahaah

segunda-feira, julho 24, 2006

One Cup Cafe - Perfeito!!!!


Apresentação de forró para quase 30 pessoas no Kokusai Koryu Center (Centro de Intercambio de Estrangeiros)


Os bolsistas e nossa amiga japonesa


Jantar com os bolsitas, nossa amiga japonesa, tia Akinetchan e a Mireichan. Só amigos, nada melhor que isso!!


No final do dia, tocando violão no meio da Momotaro Oodori. Muito legal!!!

NO sábado, Leandro, Clóvis, Yuka e eu apresentamos o One Cup Cafe, uma apresentação nossa sobre a cultura brasileira e sobre nós. Nos apresentamos, falamos sobre comida brasileira, feriados brasileiros tais como o Natal, o Carnaval, a Pascoa e a Festa Junina. Falamos também sobre nossas famílias e tive a oportunidade de explicar a minha sobre minha identidade, se me considero brasileiro ou japonês.
E a parte que achei mais divertida, toquei Garota de Ipanema do Tom Jobim no violão e um forro do Falamansa, o Xote dos Milagres, enquanto o Leandro e a Yuka dançaram no centro da sala! Imperdível! Impagável!! Só pra quem estava lá...!!! hahah
Depois fomos jantar todos os bolsistas mais minha tia e prima e a nossa amiga, a Assadasan. Depois de me despedir da Akinetchan da Mirei, o pessoal quis ir na rua tocar violao, costume do pessoal mais novo daqui, e toquei mais uma vez a bossa e o forro. Alguns carros e pessoas pararam pra olhar o Leandro e a Yuka dançando na rua!!
Resultado do dia: sensação de serviço feito!! Nos esforçamos ao máximo e as pessoas adoraram!
Melhor coisa do dia: Recebi vários amigos para me assistir, minhas professoras de japones vieram, e a Akinetchan e a Mirei de Kobe pegaram um Shinkansen para me ver. Nada melhor que os amigos ao meu lado para me apoiar!!

domingo, julho 23, 2006

Carta à Associação de Okayama

Esse é um texto de um email enviado aos associados do Okayama Kenjinkai. Posto aqui pois resume bem o que tenho sentido nessa viagem.

Fala Nelson!

Valeu pelos conselhos!

Nos quatro estamos juntos aqui mas acho que cada um tem uma experiencia diferente e a aproveita de forma diferente também. Desta forma, nao vou falar por todos nós, mas do que eu tenho passado e sentido aqui.

Primeiro, estou adorando Okayama!!

Cidade media, nem tao grande, nem tão pequena. Perfeita.

O apartamento novo dos bolsistas é novinho em folha e é super prático. Nem a subidona pra chegar no apto me incomoda pois o lugar onde se localiza é meio que no meio da montanha, bem na frente das arvores. A qualquer hora do dia, a única coisa que se ouve são barulho de passaros e insetos. Nada de carros ou fumacera.

Segundo, o apredizado do nihongo para mim está sendo muito bom. Participo todas as semanas das aulas que o Kokusai Koryu Kaikan realiza e adoro estudar novos kanjis. Sempre carrego meu livro de kanjis na mochila, ou eu pergunto pra Lily, nossa amiga chinesa, sobre o significado de algum ideograma.

Tenho certeza que não voltarei fluente para o Brasil, nem tão pouco o Japones Avançado que se pedem nas entrevistas de emprego. Tenho consciência que o aprendizado de uma língua é uma coisa que exige tempo, coisa que não temos muito. Já se passaram quase metade da nossa bolsa. Sendo assim, apesar de ter percebido uma melhora nítida na minha pronúncia e leitura do japonês, sei que precisaria de muito mais tempo para ter uma fluência boa do idioma. Mesmo assim, estou felicíssimo com meu progresso.

Terceiro, em relação ao estágio em si, à parte profissional, tenho aprendido muito, muito. Faço estágio numa escola técnica de design e sou como um estudante ryugakusei. Tenho estudado diversas áreas do design, incluindo aquelas do qual estou acostumado a trabalhar no Brasil. Fora isso, uma coisa que adoro é que não preciso vestir camisa ou calça social pra ir pra escola. Muitas vezes vou de regata, bermuda, chinelo de dedo...nada mais confortável que uma boa havaiana...hahahahha

Quarto, tenho viajado bastante, tanto dentro de Okayama quanto para fora da provincia. Semana passada fomos para Osaka assistir um show do Cold Play, fomos para Nara ver a maior estátua de Buda do Japão, e em Kyoto vimos o Kyomisudera e o festival de Guion. Ainda mais, tenho visitado muitos parentes distantes, primos e sobrinhos da minha avó. Muito interessante essa experiência! Mais legal ainda, receber minha tia e prima de Kobe, ambas lindas, para assistir nossa apresentação sobre o Brasil no Kokusai!

Pra finalizar, e acho, o que me faz sentir mais feliz, começo a compreender melhor o pensamento e comportamento dos meus avós e dos meus pais, por conhecer mais de perto a cultura japonesa.

Se tiverem algum comentário, dicas, conselhos, podem falar! Só não peçam omiyagues pois de tanto aproveitar não tenho economizado dinheiro algum!!! haahahah

Abraços!!!

Fabio Jun Murakami

quarta-feira, julho 19, 2006

Na quarta-feira fui visitar a empresa de design da minha professora de package. Ela se chama Otsuka sensei. A empresa dela coincidentemente foi aquela que havia escolhido ao preencher a ficha do kenjinkai no Brasil, sobre qual empresa gostaria de fazer estagio. Ainda no Brasil, recebi a negativa da sugestao e me disseram que o estagio seria na Chude. Mais tarde descobri que minha professora era a dona dessa empresa! Acho que tudo se resolveu da melhor forma possivel. Como o ditado diz, Deus escreve certo por linhas tortas.

Fui junto com outros alunos e mais dois professores, um total de oito pessoas. Logo na entrada, um pequeno jardim, pes de cerejeira e outras arvores que dao flores. A contrucao de dois andares, mais parecia uma casa. Na estrutura havia muita madeira clara, a sala de visitas cheia de quadros demonstrando o bom gosto da sensei.

Seus trabalhos sao de extremo bom gosto. Seus clientes na maioria produzem doces para omiyague (presente) e fazem produtos tipicamente japoneses. Ela disse que era preciso nao pensar apenas na embalagem mas no produto como um todo.

Conhecemos a parte de cima do local, que, de acordo com um dos professores, excecao aberta apenas para poucas pessoas. Ainda no pe da escada, tivemos que tirar nossos sapatos para trocar por chinelos. Dessarumacao, como todo local de trabalho japones, mas tudo com muito bom gosto. O teto era de madeira, parecia que estavamos em um templo novo...

No final me senti extremamente confortavel no local, como se estivesse em casa. Gostaria de trabalhar num local assim, bonito, com bom gosto, que me passasse a tranquilidade para realizar os meus trabalhos.

As máscaras tão evidentes de um povo tão singular

Outro dia nós conhecemos um neozelandês que mora no Japão a 3 anos. Ele é casado com uma japonesa e tem um filho. Ao perguntarmos sobre alguns bons bares de Okayama ele nos disse que conhecia um bar australiano bom mas que era dificil de achar, pois a fachada quase não parecia que era um bar. Ele disse: as coisas no Japão são assim mesmo, geralmente são meio escondidas, encobertas. É preciso ter um bom olho para descobrir as coisas boas.

Essa é uma das características da cultura japonesa que tenho descoberto pouco a
pouco. Só um bom observador pra identificar os tesouros encobertos, as oportunidades, as coisas bonitas. Por isso talvez a cultura japonesa seja tão complicada de entender para os estrangeiros, quase impenetrável, a começar pela língua. É como se tudo tivesse uma máscara. É claro que brasileiros ou qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo não são livros abertos, todos temos nossos medos e encobrimos aspectos de nossa personalidade ou coisas de nossas vidas que não gostamos. Mas aqui isso é muito mais evidente.

segunda-feira, julho 17, 2006

Domingo: Nara, a antiga capital dos templos que tocam os céus


Pessoas usando os yukatas. Os kimonos ou os yukatas são apenas usados em ocasiçoes especiais, tais como eventos, ou como hj, o Festival de Guion


Eu e o pessoal na frente da estação de Kyoto



Ruas fechadas para o Festival de Guion



Domingo de muito sol, sai pelas ruas de regata, bermuda e havaiana, tudo o que eu mais gosto!! Minha avó sempre fala que eu fico deselegante assim mas fazer o que né?? Eu sou assim mesmo, simples. Simplesmente adoro andar assim, sem preocupação, como se estivesse indo pra praia...oh beleza, que saudade de São Sebastião, Guaecá, Vila de Trindade, sol, praia...
Mas voltando à viagem, de sabado pra domingo dormimos em Nara na casa de outro bolsista, o Diogo. Nara é uma provincia vizinha a Osaka, mais ou menos meia hora de trem comum.
Nara foi a antiga capital do Japão, antes de Kyoto, se não me engano a uns mil anos atras. Edu, se eu estiver errado me corrija...rs
Visitamos um templo, do qual nao me lembro o nome agora, mas tem a maior estatua de Buda do Japão. A segunda é a de Kamakura. Essa estátua fica dentro de um templo, ambos gigantes, imensos, sem palavras para descrever. O templo foi construido no ano 700, ainda nao sei como fizeram aquilo....E a Lily sempre fazendo o mesmo comentário: esse templo foi imitado das construcoes da China, esse nome veio de uma cidade da China,... me cansei com esses comentarios...Caramba, eu to tentando curtir o Japão e ela vem diminuir minha diversão caramba...hahaah Mas ela é gente fina...
A tarde fomos pra Kyoto. A Estação Central é imensa! Um predio colossal, de metal escuro, moderno, muita gente, outra daquelas construcoes de ficar babando, nada parecido com coisa alguma no Brasil.
Sua rede ferroviaria e metroviária deixa São Paulo no chinelo, é extremamente complexa e inteliga toda a cidade.
Kyoto, para os leigos foi a antiga capital do Japão, depois de Nara. É famosa pelo quantidade de templos budistas, pelas construcoes antigas, seus bairros de ruas estreitas, casas de madeira, os rios que cortam a cidade, seu povo muito atencioso e amável. Lembrei do filme O Ultimo Samurai, quando o Tom Cruise chega no Japão e tem uma panoramica da cidade, casas cor marrom de madeira, muita gente, cara de seculo passado.
Como era vespera do Festival de Gion, muitas mulheres e homens vestiam os yukatas, versão de verão dos kimonos. Muitos estrangeiros. A noite fecharam a rua principal de Guion, o bairro das Maikos e Gueixas, para que o pessoal circulasse pelas ruas e deixasse o festival rolar.
Dormimos num hotel recomendado por uma professora nossa de japones, um hotel tradicional, famoso no bairro de Guion. Se chama Rokuharaya e esta a mais de cem anos em funcionamento. A casa e pequena, toda de madeira, portas que se abrem na lateral, janelas quadriculadas com papeis, bem no estilo japones. Nao poderiamos ter dormido em lugar melhor.

Sábado: viagem a Osaka, o local dos desejos terrenos em neons vermelhos hipnotizantes

A jornada rumo a Osaka começa bem cedo. Acordamos às 5 da manha e pegamos o onibus das 6 e meia na Momotaro Oodori. 3 horas de viagem. Na viagem vim fazendo algo que estou achando muito divertido: aprender kanjis! No inicio achava extremamente complicado os ideogramas, aquela forma de comunicacao que pareciam aqueles hieroglifos egipcios, ou seja, incompreensivel!! Mas como vejo a todo instante os kanjis, eles simplesmente comecaram a fazer sentido, como pecas de um quebra-cabeça.
Tenho aprendido muito kanji com minha amiga lily, a chinesa. Minha tatica é a seguinte: há horas em que algum kanjis comecam a se repetir com uma constancia, sempre vejo-os em letreiros, propagandas, e, quando isso acontece, procuro logo perguntar pra lily o sentido do kanji. Apesar dela nao saber a pronuncia em japones da palavra, o sentido e na maioria das vezes a mesma dos ideogramas chineses. Ela me expliucou que 90% dos kanjis chineses tem o mesmo sentido dos japoneses. Sabendo o sentido, eu muitas vezes sei a palavra falada no japones. Ela é os olhos, e eu sou a boca. Ela lê e eu falo. Isso nos tem sido de muita ajuda nas viagens que temos feito.
Bom, ainda nao falei de Osaka. Cidade gigantesca. Osaka realmente representa aquela frase batida de que o Japão é o novo e o antigo convivendo junto. Não saberia como explicar melhor, e eu visitei no sábado esses dois lados da cidade. Primeiro, fomos ao castelo de Osaka. Como foi construido no alto de uma pequena montanha bem no centro da cidade, era possivel avista-lo de qualquer parte da cidade. Depois fomos na Umeda Sky Building, predio super-moderno, muito alto, mas muito alto mesmo!!!
Tenho visto construcoes imensas por aqui, daquelas de ficar de boca aberta por minutos admirando, pensando: como que construiram isso???!!! E uma coisa que percebi é que, por mais que eu consiga tirar uma bela fotografia, ela nunca consegue captar o real tamanho da construcao, aquela sensação de susto, de admiração que sinto. Talvez a construcao na realidade nao seja assim tao grande, mas nós é que nos espantamos com o tamanho. Talvez quando criarmos uma maquina com sentimentos talvez um dia ela possa transmitir isso.
As 6 horas fomos assistir o show do Cold Play. Nunca fui tao fã assim do COld PLay mas assistir a um show ao vivo, e em outro país é uma experiencia muito loca. Adorei o show!!!
A noite, encontramos outros bolsistas e fomos para o centro de Osaka. Neons, neons, neons por todos os lados, tudo aquilo que se veem nas revistas de turismo.
A verdade é que não gostei de Osaka. É muita gente num lugar só, me sentia estressado na estação de trem, andando pelas ruas. Muito calor, muito barulho, predios gigantescos, muita gente, muita gente. Sua imensidao em todos os sentidos me assustou.

Sexta boa para trabalhar...eu realmente adoro o que faço!!!


Museu do artista nascido em Okayama, Yumeji Takehisa.


Vista do parque Korakuen. Um dos mais belos do Japão.


Do parque se pode ver o castelo la no alto. O Korakuen foi desenhado por um profissional especializado de Kyoto para ser o jardim particular do Shogum. Ali também era utilizado para treinar estrategias de guerra. O parque, assim como toda a cidade de Okayama foi arrasada pela 2 guerra mundial. So foi possivel reconstitui-lo da forma como havia sido desenhado no passado por meio de inumeras ilustracoes que foram feitas do local.


Castelo de Okayama, também reconstruído após a 2 guerra mundial.



Queridos leitores do meu blog, peço desculpas pela ausencia mas foi por um motivo muitissimo justo. Neste fim de semana fui viajar para fora dos limites de Okayama, as famosas cidades de Osaka, Nara e Kyoto. Mas aqui estou eu de volta, na frente do meu computador colocar em dia meu diário. Sabem que estou meio viciado nesse negocio de blog?? Uma das minhas preocupacoes ao voltar pra casa era de colocar o blog em dia...
Primeiramente, vou comecar com a minha sexta feira, dia de trabalho misturado com passeio, passeio e trabalho. Acordei bem cedo para tirar fotos de locais turisticos da cidade de Okayama. Isso porque um dos meus projetos é desenhar o mapa do centro de Okayama, mostrando os locais de fazer compras, locais historicos, turisticos, hospitais, correios, policia. Foi um dia muito bom!!

Sexta boa para trabalhar...eu realmente adoro o que faço!!!


Museu do artista nascido em Okayama, Yumeji Takehisa.


Vista do parque Korakuen. Um dos mais belos do Japão.


Do parque se pode ver o castelo la no alto. O Korakuen foi desenhado por um profissional especializado de Kyoto para ser o jardim particular do Shogum. Ali também era utilizado para treinar estrategias de guerra. O parque, assim como toda a cidade de Okayama foi arrasada pela 2 guerra mundial. So foi possivel reconstitui-lo da forma como havia sido desenhado no passado por meio de inumeras ilustracoes que foram feitas do local.


Castelo de Okayama, também reconstruído após a 2 guerra mundial.



Queridos leitores do meu blog, peço desculpas pela ausencia mas foi por um motivo muitissimo justo. Neste fim de semana fui viajar para fora dos limites de Okayama, as famosas cidades de Osaka, Nara e Kyoto. Mas aqui estou eu de volta, na frente do meu computador colocar em dia meu diário. Sabem que estou meio viciado nesse negocio de blog?? Uma das minhas preocupacoes ao voltar pra casa era de colocar o blog em dia...
Primeiramente, vou comecar com a minha sexta feira, dia de trabalho misturado com passeio, passeio e trabalho. Acordei bem cedo para tirar fotos de locais turisticos da cidade de Okayama. Isso porque um dos meus projetos é desenhar o mapa do centro de Okayama, mostrando os locais de fazer compras, locais historicos, turisticos, hospitais, correios, policia. Foi um dia muito bom!!

quarta-feira, julho 12, 2006

Coisa que anda!!!




Hoje fui em nais um cafe, um luga chamado Nogami Antique Cafe. Fica na Momotaro Avenue, a principal avenida da cidade. Aquele cafe tenta recriar um clima de ocidente, muita madeira escura trabalhada bem no estilo europeu, blues-jazz americano de fundo, uma mesa central maior e algumas menores nos cantos. Peguei uma no canto esquerdo(ver a foto).
La estavam expostos garrafas antigas, ja empoeiradas com escritos em ingles e alemao. Haviam tambem porcelanas com estampas sempre europeias, talheres e objetos antigos, algumas a venda outros nao. Meio caro, por sinal.
Ah, pedi um chocolate gelado e estava uma delicia!! Enquanto saboreava, peguei meus livros para estudar kanjis...fiquei espantado ao saber que a palavra animal, pela leitura literal dos caracteres chineses significa "coisa que anda" - 動物!! Se eu estiver errado me corrijam por favor...

terça-feira, julho 11, 2006

Se virando sozinho em Okayama



Já é meia-noite (é ou são??) e estou fazendo meu bem bolado jantar. Esta ceia é composta de um sanduíche de presunto com queijo cottage, manteiga com aroma de alho no pão ciabatta. Infelizmente não é tão bom quanto o pão do Santa Luzia, mas ainda assim tem um gosto bom. Este é daqueles tipos de pães meio duros, nada parecidos com o pão de forma. Prefiro mais esses pães que tem consistência, pois enchem a barriga. Para acompanhar, um yakult que não é da marca yakult mas tab~em quebra o galho.

Talvez essa meu jantar tão tarde sirva como uma parábola para como eu estou me viran do sozinho em Okayama.
Percebi que consigo me virar tranquilamente sozinho, não passo fome, uso sempre roupas limpas, pois consigo lavá-las, acordo sozinho todo dia,...mas reconheço que ainda falta muito para ter o quarto perfeito que gostaria de ter.
Comparando com o quarto dos meus colegas no quesito Organização do Apartamento, siceramente eu mereço um 4, sei que sou pessimo nisso. As coisas nem sempre se encontram nos lugares que deveriam estar. Me refiro a papéis importantes, objetos, utensilios de cozinha...vez ou outra estou eu a procurar o copo pela casa, ou ate mesmo o prato, o garfo.
No Quesito Comida, Me dou um 7! Uma nota razoavelmente boa pra quem só sabia fritar ovo no Brasil. Aprendi a fazer comida chinesa, tenho ido com frequencia ao supermercado, pesquisar preços e descobrir o nomes das verduras e outros produtos é uma prática constante nessa minha vida sozinha. Mas como só aprendi a fazer um prato chines apenas, e como o mesmo prato todo dia não dá pé, de vez em sempre eu improviso, como o meu jantar de hj. Aliás, (por favor não façam cara de pena) hoje eu almocei e jantei pão, o alimento dos campeões.
No quesito, Roupas Lavadas, já sei todas as regras do que pode e o que não pode ser lavado junto, colocar roupa no varal de manhã e fazer cara de decepcionado quando começa a chover de tarde, enquanto estou na escola, passar aquelas camisas tão complicadas e depois organizar tudo nos armarios....me dou um 6,5. Um nota tão baixa de deve ao fato de eu demorar muito a passar as roupas, as vezes, depois de secas elas esperam minha boa vontade por uns 4 dias, para que ai então adentrem as gavetas.
Apesar de tudo, acho que estou me dando bem sozinho. Me sinto orgulhoso de me virar bem sozinho, e num outro país, uma outra lingua, outros costumes.

segunda-feira, julho 10, 2006

Liberado os comentarios!!

Ola fãs do meu diário quase diário aqui no Japão!! Agora qualquer um pode comentar no meu blog!! Comentem, comentem! Digo isso pois nao sabia que antes apenas cadastrados podiam comentar nele.
Mas já aviso, comentários inoportunos serão apagados!! Apenas elogios e cumprimentos serão deixados!! hahaah
Abraços!!


Olhando aquele cenário deslumbrante, o azul esverdeado do mar, aquela ponte gigantesca, as ilhas, o calor do sol, o barulho do barco, os amigos se divertindo comigo, me senti como se tivesse ganhado um presente dos deuses. Pensei, de manha nem imaginava que estaria num barco, vendo a tal famosa ponte, a caminho da Ilha Honjima...o que fiz pra merecer este presente??
Cidade - Kojima
Ilha a ser visitada - Honjima Island
Ponte gigantesca - Seto Ohashi
Custo da viagem - 1180 yenes ( mais ou menos 25 reais por cabeça)
Presente dos deuses - Nao tem preço

Indiana bonita demais da conta


A pedido do meu grande camarada Edu, mostro aqui a foto da festa de boas-vindas na terça-feira, dia 3 de julho. A indiana é a que se encontra na minha frente...

Uma segunda-feira diferente


Esse e o computador que trabalhei hj numa das salas da Chude.

Hoje, segunda-feira, começa uma nova etapa do meu estágio na Chude ( Chugoku Design Senmon Gakkoo). As fériasdos alunos começaram hj, entao a partir de hoje nao tenho mais aulas a frequentar nem horarios a respeitar. Eu meio que faço meu horário, trabalho nos projetos que quero no horário que me for mais conveniente. Isso na minha opiniao é ótimo!
No entanto, nao terei mais o mesmo contato com professores e alunos da mesma forma que quando estava tendo aula. E as aulas só irao recomecar la pro final de agosto.
Sendo assim, hoje trabalhei até as 4 e meia no computador da foto acima e depois fui visitar um café que vi num post card.
Os post cards sao muito utilizados aqui como meio de propaganda, pois alem de servir como um panfleto chique, ele ainda serve como cartao postal. É uma arte própria essa dos cartoes postais.
Era um café escuro, pequeno, algumas ceramicas muito bonitas sendo expostas do lado direito, e no cardápio, café proveniente de várias localidades: alemanha, jamaica e outros países. Conversei com o senhor que servia o café e ele estava decepcionado com a selecao japonesa e surpreso pela selecao do Brasil ter perdido tao cedo. Nao mais surpreso que eu. Reforçando mais uma vez, os japoneses sao pessoas muito simpaticas, dificil encontrar alguem antipatico.

domingo, julho 09, 2006

Escola de Confúcio


Eu, Kou (chinesa), Yuka (brasileira), Leandro e Lyly (chinesa)



Esta foi uma viagem que fizemos, eu, Leandro, Yuka, Lili e uma estudante chinesa de nome Kou, que conhecemos no Kokusai Kooryu Center. Ela vive a 9 anos em Okayama e nos levou de carro ate la.
Essas sao fotos de uma escola fundada em 1606 para ensinar o confucionismo a estudantes do povo. Explico-me, antigamente, apenas os ricos estudavam em escolas como essas e esta escola foi feita para pessoas simples.
Quem fundou foram japoneses que foram estudar o confucionismo na China e trouxeram o conhecimento para o Japao.

Uma das ruas de Tsuyama, cidade ao norte de Okayama, que ainda mantem algumas casas preservadas por mais de 200 anos.


Este predio fica no parque de Tsuyama, o Parque Churakuen.

terça-feira, julho 04, 2006

Visita ao governador de Okayama




Dia 4 de julho. Estou cansado. Dormi tarde ontem e acordei cedo para terminar o relatorio que devemos entregar todo mes ao Departameento de relacoes internacionais do governo.
Hoje foi o tao falado dia em que tivemos a oportunidade de visitar o governador de Okayama e outros bam-bam-bans do governo. Estregamos os presentes que trouxemos do Brasil e o governador Ishii me pareceu uma pessoa extremamente boa ao conversarmos com ele. Simpatico e atencioso, nao pareceu ter toda aquela pompa de quem ocupa um cargo tao alto.
Mais a noite fomos numa festa que prepararam para nos, uma festa de boas-vindas ao Japao. Haviam muitos japoneses do governo, estagiarios brasileiros, chineses e uma indiana linda, de traços delicados, que acabou chamando a atençao dos homens que la estavam. Infelizmente falava muito pouco japones e nao tenho certeza se esteja aproveitando esta viagem.
É nessas horas que olho para tras e agradeco a minha familia por me dar a oportunidade de aprender o ingles, o japones. O conhecimento de uma lingua nos abre portas das quais dificilmente conseguiriamos entrar se nao soubessemos nos comunicar. Meu intuito aqui no Japao é de aprender, e grande parte desse aprendizado só e possivel atraves do contato com outras pessoas. O conhecimento do japones me permite isso, ainda que nao consiga falar perfeitamente.
Acredito que seja possivel aprender sozinho qualquer coisa, como um autodidata aprende violao, por exemplo. Acredito também que poderia aprender no Brasil tudo que estou vendo agora. Mas uma viagem como essa é uma experiencia sem igual, inesquecivel.

segunda-feira, julho 03, 2006

Embalagem de chocolate para entrega amanha



Foto tirada para entrega de trabalho da aula de Package.

domingo, julho 02, 2006

Ponte Seto Ohashi - 瀬戸大橋

Passeio com o pessoal do Sawara


Eu e o pessoal do Sawara Matsuri num restaurante tipico de comida japonesa (washoku)

Hj acordei e ja logo fui ver o resultado do jogo do Brasil, e que tristeza saber q o nosso time ja perdeu assim, no comeco...
Bom, a tarde trabalhei nos meus projetos da escola e as 5 horas fui encontrar o Yamazaki-san do grupo Sawara(o cara do lado esquerdo da foto). Ele e um cara muito legal, me levou pra ver a Seto Ohashi, uma ponte que liga Okayama com a ilha de Shikoku, com mais ou menos 14 kms de extensao. Gigantesca, eu estava embaixo e nao acreditava de tao grande q era a ponte. Eles levaram 10 anos para completa-la, mas pelo tamanho, acho q foi um tempo bem rapido.
Depois fui me juntar ao pessoal do grupo de danca e treinei um pouco com eles. Como nao sabia dancar direito, acabei a maior parte do tempo brincando com a criancada!!
Depois fomos eu, o Yamasaki, o Arimura e uma garota q nao me lembro agora o nome para um restaurante washoku, de comida tipica japonesa. Excelente!! Muito boa a comida, muito barato, grande quantidade e tudo muito bonito!! Na entrada uma jardim japones e dentro so pode entrar descalco, mesas baixas, sem cadeiras, decoracao tipica japonesa, um achado!
Eles querem q eu va participar do festival q vai ter no dia 6 de outubro na avenida principal de Okayama mas ainda nao dei uma resposta. Acho q irei!