quinta-feira, julho 27, 2006

Carta de amor à minha bela nipônica verde



Querida magrela verde de todas as viagens, hoje dedico este texto a você.
Companheira de todas as minhas andanças nesta cidade tão linda, obrigado por tudo. Quando te vi pela primeira vez, não te achei assim tão bonita, pra falar a verdade. Seu verde musgo não me chamou a atenção, nem suas formas tão comuns. Aliás, talvez tenha achado mais bonita a bicicleta negra do Leandro, que dizem ser amaldiçoada....boatos...
Ademais, você sempre foi cheia de adesivos indicando que é uma bicicleta de estudantes estrangeiros, o que a torna ainda menos bela.
No entanto, como tudo nesta vida, com o passar do tempo fui me apegando a ti. Percorrendo comigo tantos caminhos, procurando novos cafés, me levando para a escola todo dia, sempre me esperando lá fora enquanto realizo minhas atividades, carregando minhas compras, minha mochila, tomando chuva, sinto um profundo carinho, e porque não dizer amor por esta criatura feita de metal cilindrico e correntes banhadas em graxa.
No começo seus freios rangiam de tão velha que estavam suas peças, tais como joelhos que reagem pela tendinite (ou será osteoporose??). Troquei suas peças com dinheiro pago pelo governo e agora andamos sem criar alardes. Percebes que até tu tens assitência médica??
Assim, antes que seja tarde demais, gostaria que soubesses o quanto gosto de ti, que adoro caminhar contigo nestes meus dias em Okayama.

Um comentário:

Fabio Jun disse...

Valeu cara!!
Eu escrevia esta carta de amor, e as lagrimas percorriam minha face incessantemente. Enquanto isso, no estabulo das bikes, ela dormia tranquila com suas amigas bicicletas esperando mais um dia para passearmos novamente...